Região de Corupá, Terra da Banana Mais Doce do Brasil
A Região de Corupá, formada pelos municípios de Corupá, Jaraguá do Sul, Schroeder e São Bento do Sul, situados no norte do estado de Santa Catarina é um exemplo vivo onde pitadas acertadas de diversos ingredientes, geraram um case de sucesso, impedindo que perto de mil famílias caíssem na vala comum do insucesso ao verem suas lavouras e sustento serem atingidas, em curto espaço de tempo, por uma sequência de adversidades como pandemia do coronavirus, ciclone bomba, estiagem, enxurrada e retração econômica.
Não. Este texto não vai falar de tristezas e derrotas; vai falar de alegrias e vitórias. Vai mostrar mais uma das muitas lutas deste grupo de agricultores familiares catarinenses. Mais um Case de Sucesso dessa gente que se reinventou para vencer e seguir seu caminho de tirar da terra não apenas o seu alimento e seu sustento, mas o de milhares de pessoas que integram esta cadeia alimentar que vai do campo à mesa.
Este texto só pode ficar completo, justo e facilitar seu entendimento se apresentarmos os outros atores, também principais, que contribuíram para tornar este case possível: Embrapa Mandioca e Fruticultura – Cruz das Almas, BA, Cooper Rio Novo-Cooperativa da Agricultura Familiar Rio Novo, Epagri-Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina, Sebrae Santa Catarina-Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, ASBANCO-Associação dos Bananicultores de Corupá, CIDASC-Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina.
Com esse grupo de atores reunidos sob o lema “Ninguém é tão forte quanto todos nós juntos”, estamos completando quase um ano de pandemia e não sabemos quando, ou se, ela nos deixará em paz, mas principalmente os agricultores sabem que devem seguir fazendo o que sabem fazer de melhor: trabalhar sob chuva ou sol, e se reinventar a cada novo dia. Hoje estes agricultores sabem que adquiriram expertise em produzir Bananas e extrair delas diversos outros produtos. Hoje, quando alguém usa a antiga expressão depreciativa “a preço de banana” os bananicultores sorriem, pois sabem o real valor do motivo de seu sustento e orgulho. Ninguém, além deles, sabe o real “preço da banana”.
Assim foi conquistada a Indicação Geográfica de Denominação de Origem da Banana Mais Doce do Brasil, e é assim que está sendo trilhado o caminho para que em breve ela seja reconhecida como a Banana Mais Doce do Mundo. Também foi assim que a nossa Cooper Rio Novo passou a, além de plantar, colher e comercializar banana, comercializar produtos derivados de banana, passando, inclusive, a fornecer alimento para atender a merenda escolar de diversos municípios e do Estado. A ASBANCO é a detentora e guardiã da marca e da IG. Enfim, é uma engrenagem onde cada “dente” sabe exatamente onde deve estar e o que deve fazer.
Os Dentes da Engrenagem chamada Agricultura Familiar
O Sebrae Santa Catarina tem sido incansável em prestar consultoria e assessoria na promoção da competitividade e do desenvolvimento sustentável de cada Micro Empresário. Foi do SEBRAE-SC a iniciativa e boa parcela do trabalho para que ocorresse a conquista da IG-Indicação Geográfica da Banana Mais Doce do Brasil. Também é do SEBRAE o trabalho em mostrar o melhor caminho ou atalho para pequenos negócios e estimular o empreendedorismo entre as propriedades e os produtores. As mulheres agricultoras, quando não estão junto no campo, auxiliam com a sua arte e o seu amor, fazendo artesanato que levam como ingrediente, o perfume do suor de quem produz no campo ou de quem, com seu toque, cria arte. A Cooper Rio Novo desenvolveu um mix de produtos à base de banana, em que leva qualidade nutricional para a mesa das pessoas, além da fruta in natura. A ASBANCO, além de detentora e guardiã da Indicação Geográfica de Denominação de Origem da Banana Mais Doce do Brasil, tem seguido à risca o seu objetivo de, ao lado dos outros dentes da engrenagem: UFSC-Universidade Federal de Santa Catarina, UNIVILLE-Universidade da Região de Joinville, IFSC – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina, Cidasc, Epagri, Embrapa, Ministério Público, Sebrae, Cooper, garantem, seja na pesquisa, na formação, assessoria, consultoria, fiscalização, supervisão, laboratório de análises de solos, auxílio em visitas técnicas de unidades de produção e casas de embalagem; parceria na Certificação Fitossanitária da cadeia produtiva da banana, parceria no Programa Alimento Sem Risco, no acompanhamento de manejo da Doença mal do panamá; e inúmeros outros dentes que fazem esta engrenagem girar, que defendem os interesses e prestam assistência técnica aos produtores de banana da Região de Corupá. Engrenagem que tem sido uma vela inflada pelo vento das tendências, sempre atenta às novas oportunidades de reduzir custos ou proporcionar aumento de ganhos. Oferecendo possibilidades e treinamento de reinvenção ou de incentivo à agroindústria, ao e-commerce, ou até de nova culturas como a do café que permite agregar bens e serviços.
Como se pode ver, é uma engrenagem que trabalha constantemente aumentando o leque de opções que fazem valer a pena permanecer no campo.
Mais uma boa notícia? Hoje, em Corupá, tomamos café com, ou sem, leite, pão, geléia, manteiga, bolacha, bolo, “cuca”, linguiça, morcilha, queijo branco, queijo italiano, queijinho, mousse, e mais uma infinidade de gostosuras, produzidos pelos nossos Agricultores, da Agricultura Familiar.
Servidos?